Paralisação
Atividades começam a ser restabelecidas em Pelotas
Na segunda-feira, transporte coletivo já circula em horário normal; em Brasília, greve dos caminhoneiros deixa novo impacto: a demissão do presidente da Petrobras
Paulo Rossi -
A semana começará com retomada das atividades nas universidades e na rede municipal de ensino. No transporte coletivo de Pelotas boa notícia aos usuários: os ônibus circularão em horário normal a partir de segunda-feira (4) e não mais em esquema reduzido pela escassez de combustível. Na sexta-feira, a greve dos caminhoneiros provocou novo impacto. Desta vez, na alta cúpula da Petrobras. O presidente da estatal, Pedro Parente, reuniu-se com o presidente Michel Temer (MDB), no Palácio do Planalto, e pediu demissão do cargo.
Em carta, Parente relata que a greve e suas consequências teriam colocado a política de preços da Petrobras sob intenso questionamento e novas discussões seriam necessárias. No documento, argumentou que sua presença à frente da empresa teria deixado de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente.
"Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas", afirmou. Na carta, Pedro Parente ainda reiterou que a decisão seria em caráter irrevogável e irretratável e garantiu estar à disposição para o período de transição. O atual diretor executivo da área financeira da estatal, Ivan Monteiro, será o presidente interino - anunciou, à tarde, o Conselho da Petrobras.
Fique atento ao preço do diesel
Os condutores de veículos que dependem do óleo diesel devem ficar atentos: até segunda-feira, todos os postos de combustíveis do país devem ter implementado os novos preços, com o litro R$ 0,46 mais barato; como prometido pelo governo federal. Os estabelecimentos devem fixar placa com o valor praticado em 21 de maio, quando teve início a greve dos caminhoneiros.
Ao se manifestar, nesta sexta-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou mais uma vez em como o desconto foi composto: "R$ 0,05 vieram do fim da Cide e R$ 0,41 do PIS/Cofins, mas da seguinte forma: uma contrapartida de R$ 0,11 e do Tesouro Nacional estão saindo R$ 0,30".
O efeito, portanto, deve ser sentido direto na bomba. O Procon de Pelotas aguarda instruções do órgão no Rio Grande do Sul para dar início às ações de controle em parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Levantamento dos preços em vigor nos dias 17, 21, 23 e 30 de maio, em todos os postos de Pelotas, deve facilitar o trabalho - explica o coordenador executivo do Procon, Nelson Soares.
Se necessário, as equipes também poderão requerer as notas fiscais de compra dos combustíveis, para evitar preços abusivos ou fora da nova determinação. "Os postos poderão ser autuados e multados", reitera. Denúncias podem ser efetuadas pelo telefone do Procon: (53) 3305-3505. O governo federal também divulgou número para as situações de irregularidade, através de WhatsApp: (61) 99149-6368.
Aos poucos, serviços começam a normalizar
- Supermercados - A expectativa é de que até terça-feira os estoques estejam normalizados nos supermercados. Os hortifrutigranjeiros, que haviam sumido da maioria das gôndolas, começam a reaparecer. São reflexos da movimentação que, aos poucos, volta a crescer na Central de Abastecimento (Ceasa), na avenida Salgado Filho. Nesta sexta, os consumidores que procuraram carnes ainda enfrentaram escassez do produto.
- Sanep - As atividades administrativas, como corte de água e fiscalização, serão retomadas na segunda-feira. O atendimento ao público também retorna ao normal no dia 4 deste mês. O expediente estende-se das 9h às 18h30min, sem fechar ao meio-dia. Os serviços de coleta seletiva e na Zona Rural de Pelotas foram restabelecidos na sexta-feira.
- Abatedouros - Depois de oito dias com atividades interrompidas, cinco abatedouros - dos nove regulados pelo Sistema de Inspeção Municipal (SIM) - retornaram à rotina. Nas primeiras horas da manhã desta sexta, a empresa que faz o transporte dos restos do abate voltou a operar em Pelotas; o que permitiu a retomada das atividades dos matadouros. No município de Cruzeiro do Sul, os descartes viram matéria-prima para a fabricação de ração.
Confira desdobramentos das negociações em Brasília
- Preço mínimo do frete - A Resolução 5.820, de 30 de maio, que apresenta a tabela com os preços mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes, por eixo carregado, está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desde quinta-feira. As tabelas foram elaboradas de acordo com as especificidades das cargas e estão divididas em: geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel.
A metodologia utilizada para definição dos preços mínimos baseou-se no levantamento dos principais custos fixos e variáveis envolvidos na atividade de transporte. Os números terão validade até 20 de janeiro de 2019. A partir daí, de acordo com a medida provisória, novas tabelas deverão ser publicadas até os dias 20 de janeiro e 20 de julho de cada ano e serão válidas para o semestre em que forem editadas.
Ao se pronunciar, na sexta-feira, Eliseu Padilha, garantiu que o governo teria cumprido "ponto por ponto, vírgula por vírgula" das tratativas acertadas com os caminhoneiros. A não cobrança de pedágio do eixo suspenso e a reserva de 30% de frete na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os trabalhadores autônomos também já estão em vigor no país - assegurou o ministro da Casa Civil.
- Transporte rodoviário de cargas - O plenário da Câmara dos Deputados pode votar, a partir de terça-feira, o projeto de lei que regulamenta o transporte rodoviário de cargas no país. A proposta, de autoria da deputada Christiane de Souza Yared (PR-PR), conta com substitutivo do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), aprovado em comissão especial.
No texto, são estabelecidas as formas de contratação dos transportadores (autônomos, de cooperativa ou empresa), regras para a segurança nas estradas e normas para a contratação de seguros em caso de acidentes, perda de mercadoria e até furtos e assaltos.
O substitutivo cria o vale-pedágio, mecanismo de pagamento automatizado que será obrigatório. Torna ainda obrigatória a inspeção de segurança de todos os veículos de carga, com maior frequência conforme a data de fabricação do caminhão.
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